Diversidade Cultural. Cidadania. Cultura Popular. Semiótica e Interpretação.
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sábado, 14 de abril de 2012

Cultural Heritage in Brazil, o livro.




Algumas páginas estão disponíveis para leitura no site da Amazon.com.
Aqui está o link. Abraço e boa leitura!



"Brazil was among the first countries in Latin America to conceive and implement public policies aimed at protecting and preserving its historic and cultural heritage. Laws and institutions were created for this purpose in the 1930’s. This book introduces the English-language reader to an analysis of those policies, but moreover, it takes an innovative approach to cultural heritage studies by focusing on the local point of view. The southern Brazilian city of Porto Alegre is the stage where the conflict between city dwellers and local government authorities takes place. This conflict is not concentrated in one single event, but is present and negotiated in the social interactions among neighbours every time the subject of “heritage” arises. The author brings the social interactions among the residents of Travessa dos Venezianos in central Porto Alegre to life. Through her narrative account, informed by an anthropological perspective, the reader is invited to engage with the ordinary Brazilian residents of a listed street. One can see through their eyes, understand their thoughts and feel how they feel. That is the great challenge posed by this book."



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bordado e narrativa

O bordado de inspiração indígena de Durvalina Moura é uma tradução da sua trajetória de vida. Ela procura, por meio da sua "arte de agulha e linha", reproduzir o percurso migratório que andou até sua chegada em Brasília. A artesã faz parte do grupo que produz para a ONG APOENA, da designer Katia Ferreira.



Os elementos que ela selecionou para bordar procuram mostrar detalhes significativos que fazem parte do seu modo de ver o mundo, e que compõem o seu universo cultural. A imagem do índio genérico no topo do bordado é particularmente interessante, revelando uma maneira própria de representar pertencimento identitário que remete a figura indígena comumente encontrada em livros infantis. Ou seja, uma imagem que é exterior ao universo indígena em si mesmo. Um olhar de fora sobre o indígena, estereotipado e até mesmo romântico. Encontra-se no mesmo campo semântico a OCA indígena e o contato com a natureza, representado pelas plantas e animais.

O bordado narrativa tornou-se uma tendência nesse campo, centrando-se nas histórias de vida das artesãs, sendo também uma forma de elaborar as vivências que marcam cada uma delas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Orissa revela grande riqueza cultural da India

Orissa é uma região da India que possui inúmeras belezas naturais. Além disso, o estado é conhecido pelos tradicionais trabalhos em artesanato feito á mão. As peças produzidas naquele local tem características próprias e um modo de fazer que não é encontrado em outros locais da India.







  Em Orissa também pode ser encontrado um grande número de monumentos religiosos tombados como Patrimônio Histórico Cultural. São templos Hindus, Janistas e Budistas, em sua maioria.



Como sugestão de leitura antropológica sobre a India recomendo:

CHATERJEE, Partha. "Our Modernity". SEPHIS-CODESRIA publication #1, 1997.

  "Our Modernity"

DAS, Veena. Critical Events. An Anthropological Perspective on Contemporary India. Delhi: Oxford, 1995.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Museu da Arte Popular de NY

Em visita ao Museu da Arte Popular de Nova Iorque me deparei com uma colcha de retalhos num modelo muito parecido com aquelas que são feitas no Brasil, pelas artesãs das comunidades com quem trabalhei em Brasília.

De modo semelhante ao trabalho das artesãs brasileiras, a colcha que estava exposta no museu também continha uma narrativa sobre a vida do artesão que a confeccionou. Composta em patchwork, a colcha fala do universo do artesão em cada detalhe, como por exemplo nas plantas cultivadas, espécies locais, os animais e o modo de trabalhar a terra.  Não havia questionamento sobre a condição de arte do objeto.


Observe na foto:


e compare com a brasileira:



O bordado de Brasília aborda temas semelhantes, mas é feito num estilo próprio, sem as molduras do patchwork ou o formato Quilt das colchas de herança cultural inglesa. As cenas elaboradas para a narrativa são separadas pelos caminhos da própria estrada, que é a estrada da vida.

A imagem da estrada é sempre recorrente nos bordados de Brasília, devido ao próprio fato de se tratar de uma cidade que abriga migrantes, oriundos de diversas regiões do Brasil. O elemento de desterritorializacnao e mudança os une. O trabalho manual contribui no processo de reinvenção de si mesmo na adaptação a nova realidade e ao novo contexto social. A narrativa é a própria elaboração subjetiva de uma história pessoal, que se repete, com diferente e variada riqueza de detalhes, nas Marias, Terezas, Irenes, Ivonetes, Jovencas, e tantas mulheres de coragem.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

As Bordadeiras de Taguatinga Flor do Ipê

As Bordadeiras de Taguatinga Flor do Ipê




Baseado nessa imagem de migrações, os moradores da cidade observam que a capital reúne pessoas de todo o Estado nacional, de forma que todos estão aqui representados de alguma forma. Como cada um traz consigo os seus hábitos e suas práticas, a capital reúne os fazeres de todo o país, operando como o local da síntese dos fazeres tradicionais.

Essa idéia de síntese se constrói na própria experiência de formação dos grupos de trabalho. Um vez que as mulheres começam a se reunir e a entrar em contato com outras mulheres, que por sua vez também trazem suas práticas e fazeres artesanais, descobrem-se mutuamente as semelhanças e diferenças. Observam então que mulheres provenientes de várias regiões do Brasil possuem habilidades para fazer o bordado, por exemplo, mas os tipos de pontos e o modo de fazer em si pode variar um pouco de lugar para lugar.

Reunidas em Brasília, no Centro do Brasil, elas trocam experiências e pontos de bordado, e acabam por concluir que no centro do Brasil se encontram representadas as variações regionais provenientes de várias localidades, resultando numa síntese de saberes e de fazeres brasileiros.






Extraído de:

"De Bonecas, Flores e Bordados: investigações antropológicas no campo do artesanato em Brasília". Tese de Doutorado. Brasília, UNB, 2008.

Brasília

Brasília


“Deste planalto central,
desta solidão que em breve se transformará em cérebro
das altas decisões nacionais,
lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país
e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável
e uma confiança sem limites no seu grande destino".

(Juscelino Kubitschek, 02 de outubro de 1956,
conforme se encontra num monumento na Praça dos Três Poderes)





Numa tarde de quarta-feira, eu sigo de carro pela Via Estrutural, passando o posto de gasolina eu dobro à direita e subo...seguindo a indicação que me foi dada. Passando o posto da Polícia Rodoviária eu entro à direita novamente e já cheguei na Samambaia. Depois pra voltar é só fazer a mesma coisa, sendo que tudo ao contrário...lá pelas tantas me deparo com uma rotatória, com três entradas possíveis. E agora? Para que lado fica Brasília? Eu estaciono o carro numa madeireira para perguntar aos homens que estavam ali pela frente: “pra que lado fica Brasília?” Eles me olham intrigados: “Aqui é Brasília.”


O mais curioso para mim foi que, embora estivéssemos nos referindo a coisas diferentes, nenhum de nós estava errado, pois tanto o Plano Piloto quanto à região do seu entorno acabam sendo chamados de Brasília.
Para tentar explicar resumidamente as diferentes acepções do termo encontradas, Brasília pode ser definida como a Região Administrativa número I, que corresponderia ao Plano Piloto, ou seja, Asa Sul, Asa Norte e região Central. Pode também ser entendida como a soma da área urbana das 28 regiões administrativas. Considerando que essas duas definições, além de uma série de outras, são amplamente empregadas para designar a cidade, podemos dizer que o Plano Piloto seria a definição mais estrita do termo, ao mesmo tempo em que o sentido amplo do termo “Brasília” significaria incluir todas as 28 regiões administrativas.
É esse sentido mais amplo do termo que adoto quando me refiro às “artesãs de Brasília”, pois é assim que aparece em campo. Muitos dos relatos das mulheres sobre quando vieram morar em Brasília, por exemplo, empregam esse sentido amplo do termo. Quando uma informante me conta “Sempre morei em Brasília. Nasci na Ceilândia e depois que casei mudei pra cá, pra Samambaia”. Quando aparecem na televisão e nas revistas, igualmente, as artesãs de Brasília se referem ao lugar onde moram como Brasília, e as reportagens a seu respeito tratam do artesanato produzido na capital, em Brasília.
Diante disso, não há muito mais que argumentar.
Para ler mais sobre Brasília e suas regiões administrativas, e sobre a confusão entre os termos que as designam, ver a Tese
"De Bonecas, Flores e Bordados: investigações antropológicas no campo do artesanato em Brasília", Brasília, UNB, 2008, pág. 24.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Trödelmarkt ou Mercado das Pulgas

Trödelmarkt ou Mercado das Pulgas: antiguidades e artesanato






o Tradicional Mercado das Pulgas em Berlim

Berlim é cheia de mercados, de pulgas, de comidas, de antiguidades, enfim, de tudo o que se possa imaginar.O Trödelmarkt é um deles, e pode ser visitado sempre aos finais de semana.
O TrödelMarkt é organizado em vários stands, expondo bordados tradicionais, tanto roupas quanto coisas para casa, como colchas e toalhas. Aqui também muitas mulheres se dedicam as belas artes e aos trabalhos manuais.
Além de bordados e objetos para a casa, tambem se pode encontrar no mercado tapetes, casacos, móveis, lustres e luminárias, livros, medalhas e relíquias de guerra e da antiga alemanha oriental.














 

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Arte intertextual ou intersemiótica

Intertextualidade Semiótica




Esse quadro me fez pensar sobre as possiveis leituras de obras de arte e tambem sobre a intertextualidade presente naquilo que produzimos.

Trata-se da obra de um pintor indígena, e se encontra no museu antropológico de Berlim.

As referencias que ele suscita, por sua vez, sao totalmente globais e amplamente reconhecidas no campo das artes consagradas.

O autor brinca com quadros famosos e inclui a todos numa sala de jantar indigena, onde sao visitados por turistas.

Impossivel deixar de notar a quantidade de souvenirs e como o consumo das culturas passa pelo consumo dos objetos de viagem.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Cultura Popular

de Flores e Bordados
As artesãs de Brasília vão reinventando suas histórias
.



Brasilia e' uma cidade que atrai muitas pessoas. Nao apenas pelo sonho de viver na cidade moderna e ter uma vida moderna, a utopia de JK, mas tambem porque se imagina ser uma cidade plena de novas oportunidades, cheia de portas abertas.




Trata-se do sonho de "fazer a cidade", comum a todo migrante. Semelhante ao Europeu que foi "fazer a america" no Brasil, pessoas do Brasil todo se mudavam dia a dia, e continuam mudando, para a nova capital, Brasilia, para fazer uma vida nova numa nova cidade.

A construção de uma cidade nova de fato abriu muitas oportunidade e absorveu uma quantidade enorme de mão de obra. Trabalhadores vinham do Brasil todo para morar na "Cidade Livre" de Juscelino e trabalhar na construção de Brasília.

Mas as pessoas não paravam de chegar...

Hoje em dia, em Brasília, como no país todo, existe um excedente de mão de obra. Um sem número de pessoas disposta a trabalhar e sem ocupação imediata, enfim, desempregados.

Muitas dessas pessoas são mulheres, que por iniciativa de algumas visionárias, foram se reunindo e se agrupando, se organizando para o trabalho. Estive no meio delas. Conheci grandes empreendedoras que foram capazes de reescrever suas histórias, e são essas histórias que estou contando agora.

Entre Flores e Bordados, as mulheres de Brasília estão dando a volta por cima e reescrevendo suas histórias.


A tese encontra-se disponível no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Patrimônio Cultural no Brasil

Travessa dos Venezianos, Porto Alegre








A Travessa dos Venezianos

Composta por 15 casas consideradas como referência histórica, a Travessa dos Venezianos, em Porto Alegre, foi tombada no começo dos anos 80. Passados vinte anos do tombamento, fui até lá pra saber o que tinha sido feito daquele lugar, e como estavam vivendo aquelas pessoas.




Dona Dolores era uma das moradoras da Travessa dos Venezianos.

O resultado dessa pesquisa está disponível, na íntegra, na Biblioteca do IFCSH da UFRGS e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS.
Recebeu Menção Honrosa no Concurso de Teses do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do IPHAN, Ministério da Cultura do Brasil no ao de 2004.

Artigo sobre o tema pode ser encontrado aqui.

English version, here.