O bordado de inspiração indígena de Durvalina Moura é uma tradução da sua trajetória de vida. Ela procura, por meio da sua "arte de agulha e linha", reproduzir o percurso migratório que andou até sua chegada em Brasília. A artesã faz parte do grupo que produz para a ONG APOENA, da designer Katia Ferreira.
Os elementos que ela selecionou para bordar procuram mostrar detalhes significativos que fazem parte do seu modo de ver o mundo, e que compõem o seu universo cultural. A imagem do índio genérico no topo do bordado é particularmente interessante, revelando uma maneira própria de representar pertencimento identitário que remete a figura indígena comumente encontrada em livros infantis. Ou seja, uma imagem que é exterior ao universo indígena em si mesmo. Um olhar de fora sobre o indígena, estereotipado e até mesmo romântico. Encontra-se no mesmo campo semântico a OCA indígena e o contato com a natureza, representado pelas plantas e animais.
O bordado narrativa tornou-se uma tendência nesse campo, centrando-se nas histórias de vida das artesãs, sendo também uma forma de elaborar as vivências que marcam cada uma delas.
2 comentários:
Gosto muito desse tipo de manifestação cultural,lincado a arte e moda.E acho seu olhar de conhecimento antropológico muito esclarecedor. Muito bom ter você neste universo virtual em que tantas coisas(apesar de meu interesse por elas) serem superficiais,faz com que se olhe o mundo melhor. Obrigada por disponibilizar teu conhecimento e nos passar todo este conceito. Abraços
Oi Patricia!
É um prazer receber seu comentário.
Muito bom podermos dialogar sobre o universo tão variado da criação, que envolve artistas, artesãs, chefs, estilistas e apreciadores das boas coisas da vida...
Você, talentosa designer de jóias, também faz parte desse universo.
Seja bem-vinda!!!
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