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sábado, 16 de outubro de 2010

Feira do Livro de Frankfurt - descoberta

Outubro de 2010, Frankfurt.




Feira do Livro

Ocorreu no final de semana passado mais uma edição da famosa feira internacional do livro de Frankfurt. Apaixonados por livros, sempre ouvimos falar nela, e  sempre tivemos curiosidade de conhecê-la.

A feira não é ao ar livre, mas organizada dentro de enormes pavilhões, com várias entradas. Os stands são divididos por editora, por tipo de publicação e por nacionalidade. Ou seja, as categorias se sobrepõe e isso dificulta bastante pra encontrar algo mais específico.


A Argentina era o país homenageado nessa ocasião. Visitamos logo de começo a ala internacional. Tanto para ver se havia muitos livros argentinos como para ver se dariam destaque ao escritor Mario Vargas Lhosa que acaba de receber o Prêmio Nobel de Literatura.


Havia sim um grande cartaz com a foto de Vargas Lhosa. Os seus livros não se viu. Se havia, não recebeu grande destaque e não estavam sendo especialmente promovidos.  Talvez julgassem que era desnecessário promovê-lo ainda mais, já que se trata de um autor consagrado e agora internacionalmente premiado.

Havia também muitos stands de livros da América Latina como um todo, inclusive do Brasil.
E de nossa parte, havia uma grande disposição em tomar contato com esses livros e se possível comprá-los, como é o costume nas feiras de livros brasileiras.

Acontece que aqui, o propósito da feira não é comercializar livros. Não vendem!

Alguns poucos stands, especialmente do Brasil, colocaram preço nos produtos e estavam dispostos a vendê-los no último dia, provavelmente como forma de se livrar do material para não precisar levar tudo de volta pra casa e também ajudar nos elevados custos de um evento dessa magnitude.

A Companhia das Letras e a Editora do Estado de São Paulo, entre outras poucas, se dispunham a vender os itens em exposição. Já a editora do SENAC, por exemplo, expunha volumes interessantíssimos em português do Brasil, que seriam doados para uma instituição de caridade alemã após o evento. Causa nobre, reconheço.




Enfim, a Feira do Livro de Frankfurt estava mais para feira de negócios livreiros.

O mais curiosos de tudo, na minha opinião, é que as emissoras de tv alemã estavam presentes no evento e lá, assim como acontece no Brasil, transmitiam sua programação diária a partir de um estúdio montado no meio da feira. Assim poderiam entrevistar autores e participantes com facilidade.

Mas não entrevistavam.

Mais uma vez, a minha expectativa era de que o resultado dos programas de tv fossem entrevistas com as pessoas, mas não eram. Minha expectativa estava errada mais uma vez.
As emissoras de tv, Erste e ZDF, entre as que vi, montam todo aquele aparato, um estúdio completo para chamar os escritores a sentarem ali naquelas poltronas macias e confortáveis, em frente as câmeras de tv e LER!

Sim, se você estiver em casa pode ligar a televisão e assistir ao seu autor favorito LENDO em voz alta o livro que ele mesmo escreveu, num momento de muito mais inspiração. Oh, Senhor!

Não canso de me surpreender.

Resumo da ópera: nada era o que me parecia ser. O grande feito foi ter descoberto tudo isso.

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