Diversidade Cultural. Cidadania. Cultura Popular. Semiótica e Interpretação.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Paris, Paris



“A Cidade das Luzes”, Paris, sobre a qual tanto se fala, se revela em tantos e variados encantos, que nunca nos cansamos de ouvir a seu respeito.
O poeta Charles Baudelaire chamou a atenção sobre os significados de viver a Modernidade na Paris da virada do século passado. Não há nada mais moderno para o poeta que a vida nas grandes cidades. Os espaços públicos são frequentados por toda gente, sem distinções de classe, idade cor ou gênero. A cidade moderna é o local onde todos se encontram, onde todos convivem sem necessariamente se conhecerem.
Walter Benjamin, crítico de literatura e cultura que se debruçou longamente sobre a obra de Baudelaire, destaca como fundamental a mudança na estruturação do tempo, característica da Modernidade, que instaura o cotidiano como central. As atividades que ali ocorrem ganham novos significados, no quadro de anonimato dos espaços públicos, onde o sujeito pode refletir sobre si mesmo, ou pode simplesmente tornar-se mais um na multidão. O pensador alemão afirma: “é precisamente a imagem da multidão das metrópoles que se tornou determinante para Baudelaire.
Na época em que escreve Baudelaire, o Barão Haussmann, prefeito de Paris, destruía construções medievais e ruas estreitas, para abrir grandes avenidas, inaugurando um novo sistema urbano. Nesses bulevares, foram construídas também largas calçadas, e sobre elas, os cafés que hoje caracterizam Paris
Sentar-se num dos cafés de Paris, como faziam grandes intelectuais e filósofos como Albert Camus e Jean Paul Sartre, tornou-se mais do que um hábito cotidiano. Os cafés de paris são hoje uma Instituição. Trata-se de algo que existe como parte dos hábitos e costumes, parte do modo de vida parisiense.
Portanto, não há de conhecer bem Paris aquele que não se sentar num café parisiense e se puser a saborear não apenas o gosto de uma taça de café, mas precisamente, o gosto da própria cidade que nessa sutil experiência se revela.


Um comentário:

Ariete Nasulicz disse...

Nota de coisas a fazermos juntas no futuro, Aline: tomarmos um café em Paris, q tal?!

No XIX Paris foi tão importante para os curitibanos que mereceu um capítulo inteiro na minha dissertação... aspiravam eles os ares cosmopolitas de Paris... havia até um poeta baudelaireano, Júlio Perneta, que se vestia quase que exclusivamente de preto, como os dândis parisienses, como forma de protestar contra a decadência da sociedade... afff... como diz Benjamin Paris é a cidade dos espelhos...

"A cidade se espelha em milhares de olhos, em milhares de objetivas. Pois não apenas o céu e a atmosfera, nem apenas os anúncios luminosos nos bulevares noturnos fizeram de a Paris a Ville Lumière - Paris é a cidade dos espelhos: o espelhado do asfalto de suas ruas."

... digo eu: e por que não o espelho da história?...

adoro ler o q vcs escrevem...
tri bjks